Wednesday, March 03, 2010

Caio Fernando Abreu e eu...


Quando eu digo que por mais que seja um cliché aquela velha história de "Cada pessoa que passa na nossa vida não passa a toa, deixa um pouco dela e leva um pouco de nós" é a maior verdade do mundo. Conheci a literatura marginal de Caio Fernando através de um amigo da faculdade, não que o mesmo não esteja mais presente em minha vida, mais não com a mesma intensidade e freneticidade de pouco tempo atrás, e podemos botar a culpa facilmente nos (des)prazees da vida adulta.
Caio Fernando Loureiro de Abreu nasceu em Santiago ,mas viveu em Porto alegre ate sua morte em 1996. Estudou letras e artes cénicas na UFRGS, largando ambos os cursos para trabalhar como jornalista.
Sofreu a repressão na ditadura, como todo bom escritor e jornalista que desafiasse uma linha do regime.Escondeu-se em Campinas no sitio de sua amiga Hilda Hilst até 1970 quando exilou-se na Europa aonde teve sua obra reconhecida havendo várias traduções para o francês,espanhol, inglês.
Voltou a Porto Alegre em 1974, em 1983 mudou-se para o Rio de Janeiro e em 1985 para São Paulo, onde foi cronista para o Estado de São Paulo e a Folha de São Paulo.
Em 1985 voltou a França a convite da Casa de escritores estrangeiros, nesse mesmo ano Caio descobriu-se portador do virús HIV.
Coma doença Caio lidou com serenidade, em seus contos no livro "Pequenas Epifanias" é como se Caio tivesse aceitado a morte e de fato a fez no fim da vida mudou-se para casa de seus pais e começou a cuidar de jardinagem e criação de roseiras.
Em alguns de seus contos Caio cita músicas para que sejam escutadas durante a leitura, onde há combinação perfeita, há combinação perfeita também com citações famosas que vão de Cecília Meireles a The beatles.
E como se Caio já soubesse antes o efeito emocional que sua literatura causaria no ser humano, e como se ele escrevesse cada linha sabendo do misto de sensações que causaria me meros desconhecidos(as) como eu.A única coisa que explica esse fato magico e que Caio escrevia com amor, amor que ele mesmo buscava, amor que ele desejava para os seres, amor que por vezes ele desacreditava e desejava jogar tudo para o alto, e afinal quem nunca se sentiu assim?
Pode dizer que tenho essa sensação pois meu primeiro conto foi 'A dama da noite' senti que o trecho "Dá minha jaqueta, boy, que faz um puta frio lá fora e quando chega essa hora da noite eu me desencanto. Viro outra vez aquilo que sou todo dia, fechada sozinha perdida no meu quarto, longe da roda e de tudo: uma criança assustada" tivesse tido escrito único e somente para mim.
Mas talvez eu sinta essa ligação tão forte com Caio por que como ele eu também: “Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. e um grande silêncio desnecessário de palavras. para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver.”




P.s: Caio deixou um grande legado de admiração a sua literatura, no site de relacionamentos orkut há muitas comunidades com discussões e troca de texto e informações sobre Caio., além de bloggers, twitters e ate produtos do Caio como camisetas com suas frases. E lembrem-se smepre, não há desculpa para não ler, a literatura esta espalhada por ai desde bibliotecas publicas ate e-books grátis.

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