Thursday, March 17, 2011

Carregava com sigo um coração inquieto, chorava aquele choro abafado e se recusava a ficar coam face diante do espelho por sentir vergonha da saudade urgente que sentia.
Não achava justo todo amor desperdiçado, carinho jogado ao léu, e as horas de conversa tão intimas dissertando sobre desejos, sonhos, futuro, isso a incomodava profundamente, os planos todos eles ignorados e perdidos. Queria de volta todo calor que entregou através do seu corpo que ardia do seu coração que latejava, da sua pele que fervia de amor, desejo, e a alma que se incendiava de um bem querer. Achava injusto o desperdício, queria de volta as horas em que seus pés esquentavam os dele, seus ouvidos e seus dedos enrolados no cabelo serviam de terapia, as horas que o observava dormir pedindo a Deus que o protegesse e trouxesse bons sonhos.
Fica horas, dias, com aquela depressão clichê comendo brigadeiro assistindo filmes, ouvindo músicas que torturavam a alma... Sentia a cada segundo mais arrependimento, mais saudade, mas arrependimento, mais saudade... Tentava desenvolver algum tipo de técnica pra não pensar, pra abstrair, mas a cabeça chegava a doer com o esforço que isso era pra si.
Desejava arrancar a dor, atirar pela janela, e se odiar pelo fato de pra ela não ser tão fácil esquecer como fora esquecida.
A cada noite quando depois de horas de insônia se entregava ao sono só conseguia pensar: Amanhã é um novo dia, e será pior.
Queria gritar, queria que alguém se importasse, mas ninguém a entenderia. Queria dividir, explicar, fazer com que entendesse o quanto estava doendo... Impossível.
Com o pouco do resto da força que possuía desejava ter paciência, entender que esperar não é uma forma de conformismo, e que às vezes só mesmo o tempo e nada mais...
Precisava entender que o desejar e o precisar não eram sinônimos. E que às vezes o querer aquele que a gente denomina bem querer pode tomar face de tragédia, farsa ou doença.
Tristemente passou a tentar entender que o curso da vida segue independente dos nossos caprichos, desejos ou sonhos...
Queria caminhar rumo ao desconhecido, ser surpreendida, ser amada o invés de amar. Tinha que buscar que o medo não fosse maior que a força silenciosa que cada um carrega dentro de si.
Para amar primeiro teria que acontecer, e de nada adiantava o desespero de nascença que carregava consigo de querer ser importante.
Terá que esperar, um dia, um mês, talvez um emaranhado de horas dias e meses pra que seu coração ficasse tranqüilo e lhe trouxesse forças pra enfrentar cada manhã.
E que cada um de seus dias seja reconhecido, juntamente com seu esforço e que seja reconhecido por mim, por você, por ele, por um mundo inteiro, afinal linhas paralelas se encontram no infinito e forças silenciosas unem querendo ou não todos os seres humanos.

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