Saturday, February 02, 2013

Há feridas que nunca curam, apenas esquecem de doer

Algumas coisas nunca mudam, não importa a vontade, o desejo, a insistencia,o passar do tempo.  E pior do que isso há coisas que jamais irão  nos deixar e não importa nem mesmo a força que nos lutamos contra isso.E uma questão simples, vivo, logo tenho memória, logo tenho feridas, entretanto so cabe a mim dar pontos para que  fique apenas uma cicatriz, ou mante-las abertas, vivas, sangrando.

E assim tudo me aconteceu, por insistencia e medo de perder até mesmo minha dor, eu fiquei assim, permitindo que velhas feridas sangrassem quando há tempos já era a hora de te-las fechado.
Precisei me esvaziar inteira, pra pensar em preencher novamente. E sem que eu percebece, o que eu imagina se tratar de um casulo oco, ainda tinha asas que batiam com a força de quem ainda voava na mesma direção.
Ainda havia mel no pote, e com isso foi questão de tempo para que tudo novo acrescentado ali azedasse.
E eu precisei mais uma vez me doer inteira, me esvaziar, sair de mim,para tentar me encontrar perdida vagando por ai. Precisei que o motor batesse, o hd se auto-formatasse, os sistemas dessem pane, para ai sim, começar a entender o que estava errado.
Hoje percebo que morri um pouco em cada esvaziar, mas percebo também que estou viva, e que para me manter assim, VIVA, preciso realmente estar pronta para novamente ser atravessada pelas emoçoes do mundo, já que é impossivel se manter inerte.

Entretanto isso é minha única certeza, a de que estou viva, e que assim quero permanecer, e que so depende de mim fazer o motor voltar a esquentar.

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